terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Histórias do povo da beira de um rio

Maria Inês Portugal
Janeiro de 2014
Costumo ler e escrever ao mesmo tempo. Confortos tecnológicos disponibilizados pelos escravos de Jobs. Gosto da modernidade. Escrevo para não morrer. Escrevo porque assim imagino-me conversando com mais gente. Driblo a solidão ou sou driblada pelo computador! Engano-me, crendo conversar com meus amigos velhos da aldeia.

Sei que neste momento estão confabulando na esquina da padaria. Uma esquina da cidade onde habito tem o nome  de “Boca Maldita”. Nos cafundós do Mato Grosso também tem uma esquina semelhante – é o “Senadinho”- onde o papo rola em torno do mensalão, preçodasoja, joaquimbarbosa, dacarnedoboi,  primeiradama. Nossa esquina da padaria precisa rapidamente ser batizada! Afinal é lá que os assuntos tomam consistência na aldeia.
Ai como eu queria saber!!! o que dizem os aldeões sobre as novidades publicadas pelo Bajona no “Aqui”? que assuntos foram os mais comentados? quem morreu? e a ponte? cai já ou resiste aos caminhões de areia molhada? Na aldeia é assim. Os assuntos correm pelas ruas, quebram nas esquinas e colorem a vida do povo.